segunda-feira, 8 de outubro de 2007

noite de saberes perdidos


antigamente eu acreditava que podia esconder a dor, que não ligava para a data de aniversário, que não gostava de ser bajulado, que fugia de todos e queria viver minha solidão. antigamente, fingia ser eu e eu.
gozado pensar que alguém sozinho pode parecer forte sobre essas máscaras. aos olhos alheios, pareço ainda hoje, agora que luto para abdicar delas. não fazia isso por gostar de me esconder, mas por nunca ter entendido muita coisa.
compartimentos
armários,
sapatos, meias chinelos,
comida, shampoo, caneta,
amor, carinho, paixão.
compartimentos
segmentações.
retirei a máscara a algum tempo e ainda não consigo ver um reflexo meu no espelho.
desfragmentação. organização, controle.
venho prestando atenção às minhas mudanças, às minhas manobras. camaleão, camuflagem. cama.
ainda me resta uma máscara azul.

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